A F
A M Í L I A
MANUEL ALVES CORRÊA (-II) proprietário no Lugar de Tardinhade em Salvador
de Fânzeres, onde vivia numa casa típica de lavrador solidamente abastado
do século XVIII, filho de João Alves e de Maria Ferreira de Jesus, do mesmo
lugar, neto paterno de Domingos Alves e de Maria João e materno de Manuel
Ferreira e de Maria Martins, casou a 09/02/1796 em Salvador de Fânzeres com
QUITÉRIA MARTINS VIEIRA, filha de Alexandre Martins e de Apolónia Vieira, do
lugar de Montezelo, neta paterna de João Teixeira e de Maria Antónia e materna
de João Miguel e de Lourença Vieira.
Deste casamento nasceram dez filhos:
MANUEL ALVES CORRÊA 10 (-I); nasceu a 27/05/1796
em Salvador de Fânzeres, esteve no Brasil mas morreu em Portugal (1853?),
solteiro, sem geração;
MARIA MARTINS VIEIRA ou MARIA MARTINS CORRÊA LÂMPADA
11 (-I); nasceu a 27/10/1797, baptizada a 28, e falecida a 14/12/1864, casou
com JOÃO AFONSO VIEIRA. Não houve, que se saiba, descendência.
Ana (-I), q.s.
CATARINA MARTINS VIEIRA 12 (-I), nascida e baptizada a
06/07/1801, em Salvador de Fânzeres, s.m.n.;
ANTÓNIO ALVES CORRÊA (-I), nascido a 23/11/1802, em
Salvador de Fânzeres, baptizado logo no dia a seguir, s.m.n.;
ANGELINA MARTINS VIEIRA 13 (-I), nascida a 01/04/1804 também
em Salvador de Fânzeres e também baptizada no dia a seguir, s.m.n.;
JOSÉ ALVES CORRÊA (-I), nascido em
Salvador de Fânzeres a 08/02/1805, baptizado a 9 e falecido a 08/12/1853 no
Brasil, solteiro, sem geração, tendo deixado 98% da sua fortuna pessoal à
Misericórdia do Rio de Janeiro e 2% ao seu sobrinho António Lourenço Corrêa, fazendo dele um homem exageradamente rico, como adiante se refere;
FRANCISCO ALVES CORRÊA (-I), nascido a
05/03/1807 e baptizado a 7, em Salvador de Fânzeres, supõe-se ser marido
de Isabel Brum Correia e pai do Comendador Domingos Faustino Corrêa, um dos
homens mais ricos do mundo, com terras que se estendem por vários países da
América do Sul, e que faleceu sem geração legítima.
Deixou, no entanto, uma herança
complicada. Nunca ninguém herdou nada, nem mesmo algum dos seus 15 filhos
ílegitimos, filhos de escravas, contemplados também no testamento. Diz O Comércio do Porto de 03/09/1933: “Uma herança fantástica! Vinte e seis milhões
de contos brasileiros foram deixados pelo Comendador Domingos Faustino Correia,
falecido há meio século, a mais de mil herdeiros, entre os quais figuram um
Chefe de Estado (...), o Presidente da Republica do Uruguai (...), um interventor
liberal (...), o General Flores da Cunha, (...) e alguns portugueses.”
Neste testamento, começa por dizer que:
“Em nome de
Deus, eu Comendador Domingos Faustino Corrêa, achando-me em pleno gozo das
minhas faculdades intelectuais resolvi dispôr para depois da minha morte dos
bens que possuo da forma seguinte: Que nasci e fui baptizado na freguesia de
Tahim e sou filho legítimo do Senhor Francisco Corrêa e de sua esposa D. Isabel
Brum Corrêa e ambos já falecidos à anos, e que fui casado com a Senhora D.
Leonor Maria Corrêa (...). Os bens que me pertencerem e tiverem ao tempo da
minha morte distribuam-se da seguinte maneira: Deixo libertos todos os meus
escravos, com excepção do pardo António, que servirá como escravo a Faustina
Nunes até completar 45 anos de idade, depois ficará forro. Meu testamento dará
sem demora as cartas de liberdade aos meus escravos forros. Querendo
proteger e proporcionar meios de honesta subsistência, educação e futuro às
minhas crias e seus descendentes, de nomes João e Tito, filhos da parda Marta,
a Francisco Maria e João R. S., Benedicta e Deolinda, filhas da creoula
Dorothea, a Faustino, aos pardinhos Eduardo, Hilário e Adolfo, ao creoulinho Francisco,
filho da creoula Silvania, pardinhos Luíza, Marcelina, Amélia e Luíz, filhos da
creoula Eva: deixo aos mesmos em usufruto por quatro gerações, meia légua de
campo...”
Mas, prevendo algum mais que aparecesse diz: “Declaro que não deixo dívida alguma: porém
se alguma doméstica aparecer, meu testamenteiro pagará logo, independentemente
de qualquer formalidade judiciária.”. A par com esta notícia, na primeira
página deste jornal, podemos ver o folhetim Equívoco Femeninista de
Júlio Dantas, ou ficamos a saber que uma combinação de seda custa 18$00.
GERTRUDES ALVES CORRÊA (-I), usufrutuária, entre
outras coisas, de uma enorme casa no Brasil, herdada ainda pela maioria dos
seus sobrinhos bisnetos;
JOÃO ALVES CORRÊA 14 (-I), nasceu a 20/08/1810, bapti-
zado a 22, morava na casa da Rua do Poço das Patas — que, segundo a D.
Florbela, funcionária histórica do Arquivo Dístrital do Porto, era Rua do Poço
das Pombas, mas como elas voavam depressa, mudaram o nome. Teve, de ANA TERESA
DO NASCIMENTO:
JOÃO ALVES CORRÊA JÚNIOR (I), nascido a 30/07/1856 e
baptizado a 24/06/1857 na Igreja Matriz de Angra dos Reis, no Brasil;
ANA MARTINS VIEIRA 15 (-I. filha de Manuel Alves
Corrêa) nasceu a 12/07/1799 em Salvador de Fânzeres e fale- ceu a 18/09/1876.
Casou a 10/05/1827 em Salvador de Fânzeres, com JOSÉ LOURENÇO, do lugar do
Outeiro, na mesma freguesia de Salvador de Fânzeres, faleceu “...em vida
presente, com todos os sacramentos aos 02/02/1853 (...) e está sepultado nesta
Igreja...”, de Salvador de Fânzeres, filho de Manuel Lourenço e de Maria
Pereira, neto paterno de um outro Manuel Lourenço e de Ana Maria e materno de
Manuel Pereira e de Ana dos Santos.
ANA MARTINS VIEIRA
Óleo sobre tela
Col. Dr. Francisco Fernandes
Deste casamento nasceram três filhos:
ANTÓNIO LOURENÇO CORRÊA (I), o Arara ou o
Lâmpada, nasceu a 31/03/1828 em Salvador de Fânzeres e faleceu dia 31/10/1879,
sexta-feira.
BERNARDINO LOURENÇO CORRÊA (I) nasceu em 1830, em Salvador de Fânzeres e faleceu a
22/09/1862 no Rio Grande do Sul, “no Império
do Brasil...”, conforme consta do testamento de sua mãe, elaborado a
26/06/1874.
Maria (I), q.s.
ANTÓNIO LOURENÇO CORRÊA (I), o Arara ou o tio Lâmpada,
magnificamente descrito por Camilo em A Corja foi, no seu tempo, um
personagem peculiar, que não hesitava em transpôr para a realidade os seus projectos
e sonhos coloridos e exagerados. De A Corja, em 1880: “Cavalos relinchavam,
fazendo no macadame sonoro, com as patas, uma toada dura com um ritmo pomposo.
Chegava a caleche descoberta dum brasileiro purpurino, coruscante, de cores arreliosas, oftalmicas, delirantes, duma garridice espaventosa. Era o Arara, um triunfador daqueles tempos em que a casaca azul e o colete amarelo não dispensavam uma gravata vermelha, luvas verdes e calças côr de alecrim com polainas cinzentas. O Arara, a quem outros chamavam o Lâmpada, (...) muito refastelado nos coxins côr de gema de ovo com franja azul (...)”.
Pormenor de uma grade, em Chão Verde.
António Lourenço Corrêa em ferro fundido,
como uma marca, para durar! Fot. Kico Leão
ANTÓNIO LOURENÇO CORRÊA
Óleo sobre tela Col. Dona Elisa Sá
Em carta a Félix Lascasas dos Santos, Visconde de
Lascasas, seu amigo, datada de 09/03/1857, António Lourenço Corrêa comenta esta
descrição de Camilo Castelo Branco desta maneira: “Amigo. Principio por dizer alguma coisa a res- peito do meu sistema de
trajar; que não tem nada de novo ao meu costume daí, por isso o que aqui
reparam e alguma coisa dizem, para mim não é novidade, porque já de lá
vinha habituado aos tocadores de rebeca; e
então pouco se me dá disso, porque embora tenha o costume de andar com
vestuário de cores claras ou de qualquer feitio ou moda do meu gosto, eu creio
que com isso não ofendia pessoa alguma, nem a moral pública, nem tão pouco
julgo que um tal vício (se merece tal nome) possa desmerecer o meu conceito aos
olhos da sociedade em geral ou dos meus amigos em particular; isto é (já se
sabe) quando se sai de casa para dar um pas- seio sem destino ou para fora da
cidade. Outro tanto não digo quando se tem de ir a uma sociedade, a uma visita
a uma repartição de etiqueta, etc. Como acima digo, pouco me importa o que
dizem a este respeito, porque com ufania o digo, se algum procedimento tenho
repreensivel, será esse o único, ao passo que esses miseráveis que se julgam
com direito de ser a palmatória do mundo, têm na sua crónica páginas mais
negras que uma noite de Londres no tempo de Inverno; por isso, meu amigo, se se
fosse tomar a peito todos os ditos do mundo, não teríamos uma hora de
satisfação na nossa vida, por mais longa que ela se tornasse. Repito, o que
dizem a esse respeito, pouco ou nada me incomoda.”
Da sua correspondência com o Marquês de
Abrantes, D. José Maria de Lancastre e Távora, não restam dúvidas que
negociava com escravos. Talvez não fizesse disso um negócio corrente, mas a
viver entre o Brasil e Portugal, escravos eram uma despesa fixa e durante
longas temporadas inútil, que se compravam e vendiam sempre que se revelasse
necessário.
Construiu a Casa de Chão Verde, absolutamente original
pela sua traça, pelos seus jardins ou pelas suas fontes. As paredes das
cavalariças têm máscaras em alto relevo, provavelmente provenientes de uma
importante escola italiana. Da sua carta, datada de 10/11/1864, a seu tio João
Alves Corrêa, no Brasil, diz: “Não sei se
meu tio já saberá (talvez saiba pela muita gente que tem vindo a Portugal e
voltado ao Brasil) que tenho casa de moradia na cidade e na aldeia. Na cidade,
na Rua do Bonfim, 53 e na aldeia na freguesia de Rio Tinto, lugar de Chão
Verde. É nesta última onde vivo mais tempo, porque lá tenho gasto bastante
dinheiro, mas é sem dúvida uma das residências mais bonitas dos arrebaldes do
Porto, pela posição e recreios de que se acha adornada. Na qual tenho muito
gosto e muita fé de que ali se vive mais. Está em minha companhia minha boa
mãe, a quem compete fazer as honras de Dona da Casa, porque eu a tal
respeito estou como estava — livre como livre nasci.” O nº 53 da Rua
do Bonfim, no Porto, fica no início, próximo do Campo 24 de Agosto, onde nos
n.os 17/18 tinha “... uma caza servindo
de cocheira... ”.
Chão Verde, 2011 |
Chão Verde, 2011 |
Uma das suas carruagens, maioritariamente em prata, hoje pertença do Museu dos Coches, foi talvez a primeira a ter lanternas ou lâmpadas e daí a sua alcunha, tio Lâmpada. Imagino o efeito psicadélico de o ver passar, vestido como já vimos, transporte que reluzia ao sol!
O seu quarto era o único da casa sem janelas, ou o
mais alto, para se proteger, o que não lhe valeu de muito, pois ainda solteiro,
apareceu um dia assassinado. Desapareceu, apenas que se saiba, nessa altura, um
faqueiro em ouro e os três botões de cima da sua camisa que eram três diamantes
de tamanho considerável. A governanta, cumplice no assassínio, foi presa e
apareceu envenenada na prisão. Para o nome dele não andar arrastado pelos
jornais os seus três sobrinhos e herdeiros — David, Manuel e Germano — não
quiseram o natural desenvolvimento das investigações. Foram eficazes, pois no
dia seguinte, O Comércio do Porto de 01/11/1879, noticiava o
falecimento, na primeira página, “... na
sua casa de Rio Tinto, proximo desta cidade (...) do abastado e conhecido
capitalista, que por muitos anos havia residido no Brasil, onde exercera a
profissão comercial.” Vem ainda, na terceira página do mesmo jornal: “Fallecimento e convite: Tendo fallecido pela
1 hora da manhã, o Illmo Snr António Lourenço Corrêa e tendo de lhe fazer
responsos de sepultura hoje, às Avé Marias, na Igreja da Santíssima Trindade,
seu cunhado e ami- gos pedem às pessoas das suas relações...” (6480).
A par com esta notícia, em O Comércio do Porto
do mesmo dia vem anunciado um “Furtado —
Cirurgião dentista 160 – Rua de Santo António – 160” (2713); ou uns “... Matos & Serpa Pinto, sucessores de
Correia & Cª, 319 – Rua Formosa – 321...” com um “...completo sortimento de lãs em casimira, setins, bejes merinos, pekin
jardineira e vestidos de meia confecção.”, “...chapéus modelo ...” e “...setins
lisos e pompadour, para guarnições.” ; ou um “João Archer - Agente Commercial, Rua da Alfandega (Velha), nº 7...”,
ou ainda “Alfredo Allen (Visconde de
Vilar de Allen)...” a anunciar a publicação de “Philoxera – Noticiário dos tratamentos e experiências executadas em 1878/1878. Preço 100 reis.” Há ainda a “...descrição do Corpo Docente do Collégio Von Haffe,
casa para a educação de meninos, na Praça Coronel Pacheco nº 44...” Incrivelmente,
também no mesmo dia, no mesmo jornal, claro, pode lêr-se “Arrenda-se o excelente Palácio do Freixo. Tem uma serventia nova,
que há-de passar ao lado do Palácio até Ribeira de Abbade. Falla-se na Rua de Santa
Catarina, 96 ao solicitador José de Albuquerque.” (5495)
Pormenor do jazigo de José Alves Corrêa
e de seu sobrinho António Lourenço Corrêa
Fot.
Tuca Sá - 1997
Jazigo perpétuo de José Alves Corrêa
e de seu sobrinho António Lourenço Corrêa
Cemitério do Prado do Repouso - Porto
Fot. Tuca Sá - 1997
Fazendo jus a um costume nobre, o de hastear uma bandeira
com as armas da Casa, quando o seu Senhor lá está, também o tio Lâmpada
hasteava a bandeira nacional, liberal, claro, e a comprová-lo estão os mastros,
na varanda principal da casa e num mirante, por cima de um portão da frente.
Estou convencido, se me permitem, que o facto dele ser tão ligado aos ideais de
D. Pedro contribuiu fortemente para o seu falecimento, violento e repentino.
Ao entrarmos no cemitério do Prado Repouso, em
direcção ao jazigo de António Lourenço Corrêa onde jaz com seu tio José Alves
Corrêa, da Ordem do Banho, em Inglaterra, negociante na praça do Rio de Janeiro
e de quem herdou uns generosos 2% da sua fortuna pes- soal, ao entrarmos na ala
principal do cemitério, dizia eu, onde o seu jazigo é ao fundo à esquerda,
deparamos a cerca de 30 metros da entrada, desta vez à direita, com uma urna
gigante, com cerca de 5 metros, com uma coroa de Visconde, onde se lê: “Aqui descanção os restos mortais de Felix
Lascazas dos Santos, 1º Visconde de Las cazas, Ex-provedor do Asylo Portuense
de M_ndicidade. Nasceu em 30/07/1822. Falleceu em 01/02/1876.” Pode ainda
lêr-se numa pequena placa ao canto: “A
cargo da Santa Casa de Misericórdia do Porto.” O jazigo do tio Lampâda é de
singular originalidade, constituído por um caixão com uma colcha caída por
cima, em pedra branca e porosa, com frutos e inscrições, que foi toscamente
restaurado por mim e pelo meu saudoso amigo Pedro Praça.
Os meus amigos, as pessoas com quem falo, acabaram por
conhecê-lo, claro, e tratam-no naturalmente por tio Lâmpada, como se não fosse
tio de alguns, mas de todos. Ainda bem! Tinha um génio e uma excentricidade
colorida e gigantesca. Não morreu, anda por aí.
MARIA MARTINS VIEIRA (I. filha de Ana Martins Vieira), nasceu a 26/09/1834
em Salvador de Fânzeres, onde faleceu a 26/07/1886 e onde casou com JOAQUIM FERREIRA DA SILVA,
proprietário, nascido em Rio Tinto a 30/10/1835 e falecido a 14/02/1895 em
Salvador de Fânzeres, filho de Manuel Ferreira e de Ana Margarida, neto paterno
de Manuel Ferreira e de Ana Pinto e materno de José da Silva Barros e de Maria
da Silva.
Deste casamento nasceram três filhos:
DAVID (I), que segue no Capítulo 1;
MANUEL (II), que segue no Capítulo 2;
GERMANO (III), que segue no Capítulo 3;
JOAQUIM FERREIRA DA SILVA(I), casou em segundas núpcias com ANA MARTINS VIEIRA,
proprietária no lugar de Alvarinha, Fânzeres, nascida a 26/09/1850 e falecida a
26/07/1886, filha de João Vieira e de Ana Martins, do lugar de Alvarinha, neta
paterna de Manoel Vieira e de Catharina de Castro, igualmente do lugar de
Alvarinha, e materna de Tomaz Martins e de Maria Martins do lugar da Quintã, S.
Cosme, Gondomar
Deste casamento nasceu uma filha, que por vontade dos
seus três irmãos — David, Manuel e Germano — herdou igualmente:
ANDREZA VIEIRA DA SILVA(II), nascida a
04/02/1879 e falecida a 06/10/1918. Tem o nome de sua tia — Andreza,
nascida a 18/03/1849, um ano antes de sua mãe.
N O T A S
10 Fânzeres, 10, misto, p. 16
11 Fânzeres, 10, misto, p. 25
12 Fânzeres, 10, misto, p. 48
13 Fânzeres, 10, misto, p. 60
14 Fânzeres, 10, misto, p. 89
15 Fânzeres, 10, misto, p. 38
16 in Grands Palais d'Europe, de Jacqueline de Climay,
Lise
Deramond, Jean Dominique Ray e Anne Rousseau